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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Onde vivem os monstros?

Casas altas, janelas largas, com pouca luz.
Não sei exatamente em que ano estamos, talvez num futuro distante que jamais havíamos esperado. Ou acreditado que realmente chegaria.
Por dias á fora passei observando essa nova humanidade. Não sei se posso nomear a tais seres humanos deste modo. Talvez tenhamos retrocedido ao tempo no qual não sabíamos nos relacionar. Hoje em dia todo mundo vive só. Talvez você ache que isso é só uma mentira para lhe ludibriar e deixar sua vida um tanto negra; pois o medo do futuro irá abraçar-lhe. Mas a realidade é que por anos nós nos matamos lentamente, afogando cada sentimento bom que abriga o calor de nosso peito. Apresentáreis-lhes aqui um arsenal de armas, cuja as mesmas eu sei que você possui em casa, mesmo não querendo admitir; ódio, mentira, hipocrisia, egoísmo, ganância... Você se lembra de quando sentiu tais armas revirar-se no seu subconsciente e invadir seu coração? Elas, as armas, acordam quando convivemos com a nossa própria espécie, quando nos sentimos ameaçados ou talvez até na necessidade de auto afirmar-se. Se vocês não sabem, parecem ter vida própria, e tomam conta de nós, até nos engolir, e quando não sobra nada mais, matamos ao próximo.
Eu não sei ao certo porque tal fato aconteceu com todos nós. Acho que ninguém sabe. Chamam isso de vida, mas para mim o nome certo é realidade, que quase ninguém gosta de lembrar. Por todas as reações causados pela mesma, abrigamos casas altas para olhar o céu, e janelas largas, para deixar o pouco de sol que resta entrar, na expectativa que um coração seja aquecido, pois não há mais luz, não há mais nada.
Essa é a cidade do futuro, você conhece, eu sei. E não deixe o medo virar um tumor na sua vida, ele é só um véu, que logo cairá, se você tiver força suficiente para encarar um mundo no qual você não é nada sozinho e torna-se desumano com a convivência e o passar do tempo. Não há segredo para a felicidade, é só questão de resgate, onde os bombeiros são somente os sentimentos bons que temos e pouco usufruímos.

Quer saber quem eu sou? Olhe-se no espelho, sou semelhante a você.

3 comentários:

  1. Argh, odeio quando as palavras me faltam. A verdade é que você já disse tudo.

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  2. Argh, odeio quando as palavras me faltam. A verdade é que você já disse tudo. [2]
    Foi o meu texto preferido, e eu só tenho uma coisa a dizer: "que os muros e as grades caiam" (8)

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