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quarta-feira, 17 de março de 2010

Roda-viva

Morre a cada dia com as perdas, bens materias, pessoas, animais. E ganha talvez maturidade, medo, esperança, mágoas. É tudo muito relativo. Eu penso demais sobre isso. Essa busca infinita de algo que seja concreto, e que talvez ache algo que ninguém nos tire, mas a realidade, é que nada nos pertence completamente, é nos emprestado digamos assim, para nos fazer sorrir, essa é a vida. Hoje a tarde passei próximo á um garotinho que brincava com seu cachorrinho, ele abanava o rabo conforme o garoto acariciava seu cabeça. Particularmente acho que o amor que os cachorros dão á gente é o mais puro. Sem interesses, sem egoísmo, talvez á única troca seja um pouco de comida - um biscoito - parte da sobrevivência. Eu já tive muitos cachorros. Seria egoísmo dizer que todos que eu perdi não me fazem falta. É claro que fazem, mas tem alguns deles - no caso dois - que a cada segundo sem tê-los é uma batida mais lenta do meu coração, embriagado de saudade. Ultimamente o Zeus me faz falta. Sinto falta do olhar dele, que me entendia sempre. Me pergunto. Tem gente que diz milhões de coisas, e não dizem nada. E um simples cachorro, dizia tudo com o olhar, talvez ele tivesse a resposta pra tudo que eu preciso, e o significado da palavra ternura. De vez em quando eu deito, e fico olhando pro céu, imaginando o que existe acima de nós, depois da vida. Depois de toda essa guerra que passamos dentro e fora da gente. Eu tento crer que ele está num lugar bonito, cheio de biscoitos caninos e um bom tapete pra ele rasgar. Pode parecer infantil...
E com o tempo a gente vai ganhando experiência, sentimentos, e talvez a aceitação chegue logo pra mim. Aceitar que a morte é parte da vida. E que no final, tudo vai fazer sentido.

Dedicado ao Zeus, Miss You.

2 comentários:

  1. Nos é a única maneira de aceitar mais este ciclo da vida. Já perdi um cachorro e um gato e com certeza, o amor que estes bichos tem por nós é tão belo de ver. É puro e intenso ao mesmo tempo.

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